Especialista em jornalismo internacional e fascinado pelo mundo desde sempre, foi diretor da BBC de Londres e VP de Conteúdo da CNN; já visitou 68 países
O governo brasileiro vai aumentar em 433% a contribuição financeira do país para a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês).O Brasil doou para a agência US$ 75 mil (cerca de R$ 385 mil em valores atuais) tanto em 2022 como em 2023.
As declarações foram recebidas com fortes aplausos dos embaixadores árabes presentes ao evento.O novo valor, no entanto, ainda não foi desembolsado. O processo continua tramitando dentro da burocracia do governo federal, sem um prazo definido para o pagamento.Uma fonte do governo brasileiro lembrou a este blog que o gesto de solidariedade aos palestinos é muito simbólico, mas que não resolverá, obviamente, os problemas da agência.Isso porque muito mais dinheiro, de vários países, ainda precisa chegar à entidade. “Mas nossas verbas (do Brasil) são limitadas”, disse a fonte.
Polêmica levou a corte de doações
A agência é responsável, desde 1949, pela maior parte da ajuda destinada aos refugiados palestinos não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia, Líbano, Síria e Jordânia.Isso inclui a manutenção de centenas de escolas, dezenas de hospitais e a distribuição de comida e ajuda humanitária.A agência, no entanto, se viu cercada por uma polêmica que levou vários países ocidentais a cortar suas contribuições – o que fez com que a UNRWA tenha, neste momento, recursos para continuar operando apenas até junho deste ano.A polêmica começou logo depois do início da guerra na Faixa de Gaza, quando Israel afirmou que funcionários da agência teriam ajudado o Hamas nas atrocidades cometidas no dia 7 de outubro do ano passado.A agência abriu uma investigação e afastou pelo menos 12 funcionários – dos seus mais de 30 mil colaboradores.Alguns países voltaram a enviar ajuda depois das investigações internas da agência e das punições aplicadas a alguns acusados de ajudar o Hamas.É o caso dos governos da Austrália, Canadá, Finlândia, Alemanha, Islândia, Japão e Suécia, que levantaram as respectivas suspensões de financiamento.Os Estados Unidos, maior contribuidor individual da agência, no entanto, não retomou os aportes.